segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Aos quase trinta




Quando eu tinha 21 anos queria por todas as forças provar meus pontos de vista doa a quem doesse. Queria salvar o mundo,morava numa república com mais 4 pessoas, e aceitava pequenas coisas como grandes prêmios. Me divertia muito, é fato, ia a qualquer evento que me convidassem, e acreditem sendo líder de grêmio estudantil, haviam muitos eventos pra ir. Usava roupas de gosto duvidoso, muito curtas ou muito justas, errava na escolha das sombras e do blush, e quem não erra?

Hoje aos quase 30 não aceito beber agua em copo de milho ( na casa dos outros sim, na minha não), quase sempre prefiro reunir amigos em casa a sair e ser mal atendida. Cozinho melhor hoje, aos quase trinta e como melhor do que aos 21. Ouço mais do que falo, mas ainda falo muito, e se noto que minha opinião não irá acrescentar ou se percebo que o ouvinte não mudará de opinião, apenas não opino. Simples, sem dor, sem a agonia dos 21 quando eu "tinha que dizer" "tinha que ser ouvida" "tinha que mostrar o quanto entendo desse assunto". Hoje aos quase trinta encerro discussões com um sorriso. Peço desculpa quando preciso sem medo de me mostrar fraca.

Hoje , com a cabeça de quase trinta , só faço sexo se estiver a fim (por mais que eu sempre esteja, tem dia que não rola vontade), não faço por obrigação, não faço por fazer e me recuso a fazer sexo meia boca. Faço o que tenho desejo, descobri fetiches, peço o que quero sem medo de parecer vulgar. Compro lingerie das melhores, escolho o que fica melhor no meu corpo, assim como as roupas, que hoje estão no comprimento certo, com as cores certas, no modelo que fica bem no meu corpo.

A pele poderia ter mais colágeno como aos 21, mas o humor (que melhorou muito) compensa. Não levo mais tudo tão a sério. Dou risada dos meus defeitos e aprendi a me levantar mais rápido das quedas. A ironia e o sarcasmo aumentaram, mas nem todos percebem, sinal de que os aplico melhor hoje.

Nem tudo são flores, o corpo demora um pouco mais a responder se inicio uma dieta, ainda choro com algumas bobagens e me chateio com tantas outras. Mas passa logo, e eu volto melhor. Já não acredito em potes de ouro no fim do arco íris mas aprendi a apreciar a chuva.
Aos quase trinta hoje, me lembro saudosamente de quando tinha 21. Mas não queria voltar ao tempo. Estou melhor hoje. Melhor do que nunca.

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